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UNI Américas Cuidados comemorou várias atividades em Lima
Durante a semana do 10 até o 14 de julho, a UNI Américas Cuidados comemorou várias atividades em Lima, em conjunto com companheiros e companheiras da região toda. Análise, debate, planejamento de futuras atividades e ações, mobilização em apoio à FED-CUT (um dos filiados da UNI Cuidados no Peru) constituíram o marco de uma semana muito produtiva para todas as organizações participantes.
Onde estamos, para onde vamos
Carlos West Ocampo, Presidente de UNI Cuidados no âmbito mundial, junto com Adrian Durstchi (Diretor global do sector) e Alan Sable (diretor regional), coordenaram animados debates sobre o crescimento sindical que se conseguiu na região e os principais problemas que afetam aos sindicatos e os trabalhadores.
As leis trabalhistas adotadas pelo Parlamento brasileiro, que recuam os direitos sindicais e destroem direitos adquiridos durante mais de cem anos de luta, estiveram no foco da discussão, depois da pormenorizada análise levada adiante pelo companheiro Edison de Oliveira, da FEESSESP, do Brasil, quem recebeu o apoio de todas as organizações presentes para as futuras ações que empreenda o movimento sindical brasileiro em defesa dos interesses dos trabalhadores que representa.
Uma particular atenção recebeu a análise da situação do setor saúde no marco das mudanças que estão se gerando no novo mundo do trabalho. Calcula-se que o setor saúde vai ser um dos poucos com capacidade para criar novos empregos. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, o crescimento anual médio do emprego no âmbito da saúde duplicou o registrado pelo emprego total (2.8% frente a 1.3%). A mesma fonte prevê que para o 2030 a crescente demanda de serviços de saúde gerará uns 40 milhões de empregos novos. ” O papel da UNI Cuidados, sublinhou Carlos West Ocampo, é conseguir que todos estes trabalhadores estejam organizados em sindicatos e tenham uma negociação coletiva, como instrumentos únicos para lhes garantir uma vida digna”. Neste sentido, os sindicatos presentes de Canadá, da República Dominicana, dos Estados Unidos, do Peru, da Colômbia, do Brasil, do México, do Chile e da Argentina se comprometeram em um plano de ação destinado ao fortalecimento e crescimento sindical.
Estamos na rua por culpa do governo!
Este foi um dos lemas que entoavam as centenas de participantes da FED-CUT que se mobilizaram ao Ministério do Trabalho, junto com a delegação internacional da UNI Cuidados, para exigir-lhe ao governo que cumpra com o pagamento de um bônus que há três anos se outorgou aos trabalhadores sindicalizados. Depois de múltiplas mobilizações e inclusive um processo levado adiante no âmbito da justiça, o governo continua negando o pagamento deste bônus.
No entanto, as vozes dos trabalhadores peruanos e as dos delegados internacionais se fizeram ouvir com força. Carlos West Ocampo acompanhou ao Presidente da FED CUT, companheiro Wilfredo Ponce, em suas gestões ante o Ministério, com sucesso, já que ao dia seguinte foi assinada uma Ata de Acordo, que esperamos seja respeitada.
Construindo redes
A presença crescente de empresas multinacionais no setor da saúde foi também motivo de profunda análise. Neste sentido, se analisaram possíveis estratégias, uma das quais é a busca de acordos globais que permitam que a empresa, opere no país que opere, se comprometa a respeitar normas básicas, tais como o direito à sindicalização e à negociação coletiva. Também se definiu a necessidade de construir redes sindicais, destinadas a fortalecer a solidariedade entre os sindicatos e fortalecer o intercâmbio de estratégias.
Uma semana muito produtiva, que contou com todos os ingredientes necessários para avançar sindicalmente: compromisso por parte dos sindicatos, vínculos de solidariedade entre os presentes, e uma crescente capacidade de análise e informação.