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Jovens de UNI Américas reafirmam seu compromisso com o sindicalismo
O passado 27 de agosto se comemorou em Lima, Peru, a Oficina de Organização do Comitê Executivo de Jovens da UNI Américas. O evento, que contou com a participação de uma delegação de jovens de sindicatos filiados à UNI, teve como objetivo elaborar estratégias de fortalecimento em matérias de organização e campanhas para os jovens do comitê.
A abertura do encontro começou com a intervenção de Cesar Soberón, secretário de Juventude CGTP, que descreveu a situação pela que têm atravessado os jovens peruanos nos últimos anos. No Peru a flexibilização do trabalho e as normativas que vulneram os direitos dos trabalhadores são uma realidade preocupante.
“A economia peruana se move no mercado informal, onde existe uma grande quantidade de jovens e não tem sindicatos. É necessário deixar atrás as diferenças para articular um novo modelo de país com mais democracia e direitos para os trabalhadores”, indicou.
Adriana Rosenzvaig, Secretária Regional da UNI Américas, assinalou a importância da juventude que nasceu em liberdade e que os jovens devem ser os impulsionadores de sociedades que construam as democracias dos povos.
“Convido à juventude a romper barreiras contra a discriminação e a construir paradigmas de igualdade e democracia e lutar por conseguir mais direitos para as trabalhadoras e trabalhadores”, expressou.
A oficina continuou com a exposição de Julio Gamero, Especialista em Emprego Países Andinos OIT, quem manifestou que existe grande quantidade de jovens no setor de comércio e serviços. Assim também relatou que o desemprego juvenil é duas vezes mais alto que o desemprego em adultos.
“Para o 2050 a população maior de 65 anos será maior à população de menores de 14 anos. Na América Latina um 20% de jovens não estuda nem trabalha. 70% desses jovens são mulheres que realizam tarefas do lar”, concluiu.
O intercâmbio dos participantes sobre a situação do sindicalismo em cada país da região ajudou a compreender de melhor forma as necessidades particulares com as que os jovens trabalhadores convivem diariamente. Cristian Castaño, da União de Trabalhadores e Trabalhadoras de Grandes Superfícies do Comércio na Colômbia, expus as dificuldades que têm os jovens para fazer sindicalismo e falou sobre como foi o processo de criação do sindicato da União.
Por outra parte, Marco Bacca, do Sindicato Unitário de Trabalhadores de Telefônica do Peru S.A.A., sublinhou a importância do papel do movimento sindical contra a Lei de Emprego Juvenil no Peru. Bacca explicou como esta lei recortava benefícios trabalhistas aos jovens e reduzia os custos de trabalho dos empregadores.
As campanhas da UNI Américas têm tido grande apoio da Rede de Jovens Argentina. Débora Ferrante, do Sindicato Argentino de Televisão, Serviços Audiovisuais Interativos e de Dados, informou sobre as diversas atividades realizadas pela rede e as mobilizações às que se têm aderido como o caso de “Nem uma menos”. Esta campanha se originou na Argentina e rapidamente se multiplicou em vários países da região frente à situação da violência de gênero que vivem as mulheres nas Américas. Por outra parte, a Rede de Jovens do Brasil apresentou um relatório sobre a sindicalização de jovens nesse país.
Martín Berdiñas, Presidente do Comitê de Jovens, fechou o encontro fazendo um chamado ao compromisso e a unidade: “Devemos lutar para organizar mais jovens trabalhadores e continuar trabalhando em matérias de comunicação e redes sociais”, indicou.
“Devemos considerar o impacto da mudança climática em nossa sociedade e qual vai ser o papel dos jovens trabalhadores ante este impacto”, concluiu.