News
Gráficas repudiam Deputado Federal Bolsonaro por apologia à violência contra mulher
Uma fala feita por um deputado federal na última semana vem causando grande indignação por parte da população e muitos burburinhos nas redes sociais. “Além de indigesta, a fala do parlamentar faz apologia à violência contra a mulher”.
A frase é da coordenadora do Comitê Feminino das Trabalhadoras Gráficas de Pernambuco, Lidiane Araújo, vice-presidente do órgão de classe da categoria (Sindgraf), sobre as declarações de Jair Bolsonaro (PP-RJ) ao mencionar que só não estupraria a ex-ministra dos Direitos Humanos e deputada Maria do Rosário (PT-RS) por que ela não merecia. O fato aconteceu no último dia 9 na Tribuna da Câmara Federal.
“Não podemos aceitar e banalizar este tipo de declaração, ou qualquer outra forma de tentativa de intimidação e/ou agressão à mulher, atrelada a herança da cultura machista oriundas do patriarcalismo brasileiro”, diz Araújo. A dirigente lembra que, por este tipo de mentalidade machista existente na sociedade do país, tem orientado diariamente as funcionárias gráficas a denunciar a prática de violência dentro das empresas referente aos assédios sexual e moral.
Ela frisa que a denúncia é a arma mais eficaz contra o fim da banalização da violência. Não se deve ficar calada. Este deve ser o princípio de todas e todos para mudar a cultura machista. Esta tem sido a lógica utilizada pelo Comitê Feminino das Gráficos, por esta razão, repudia veementemente a fala do deputado Bolsonaro.
“Já não bastasse esta mesma mentalidade atrasada do machismo ter sido repercutido na sociedade brasileira há alguns meses quando se divulgou o resultado de pesquisa feita por um instituto do governo (IPEA), ao dizer que 65% dos entrevistados afirmaram que, as mulheres que usam roupas que mostram o corpo, merecem ser atacadas”, criticou Araújo. E, agora, um parlamentar diz que só não estupraria porque a pessoa não merece. “E qual mulher merece ser violentada?”, criticou a dirigente.
Ela finaliza dizendo que, sabe que o povo brasileiro é herdeiro de uma sociedade patriarcal, culturalmente machista, onde a mulher não tinha vez nem voz, mas ter que escutar de qualquer homem, ainda mais sendo parlamentar – representante do povo que deveria dar exemplo de ética – uma agressão assim, fazendo apologia a violência contra a mulher, é absurda e todo homem que praticar tal crime deve ser punido nos rigores da lei.