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Brasil - Jornais podem parar em outubro como resposta à ofensa patronal
Os gráficos dos principais jornais, presentes na assembleia anteontem (24), no órgão da classe (Sindgraf-PE), mostraram-se revoltados ao saber do desejo patronal de criar um banco de horas e de reduzir 25% dos benéficos da categoria. Os jornalistas participaram do encontro. A campanha salarial será realizada em conjunto este ano, como aprovada pelas categorias. Os gráficos prometeram defender os direitos até a última consequência e os jornalistas resistirão também. Os parques gráficos dos jornais podem parar, caso os empresários não retirarem as propostas descabidas. Essa foi a decisão dos trabalhadores no encontro. Além disso, os gráficos exigem melhoria nas cláusulas do novo acordo coletivo. Haverá nova assembleia conjunta entre gráficos e jornalistas no dia 1º de outubro – um dia depois da reunião agendada entre o sindicato dos gráficos e os representantes dos jornais.
“Decisão dos trabalhadores em assembleia é soberana e vamos segui-la. Eles não aceitam perder direitos e dinheiro com a implantação de banco de horas, ou outra forma de retirada de benefícios”, diz Iraquitan da Silva, presidente do Sindigraf-PE. Os gráficos estavam revoltados e defendem ganho real de salário e mais direitos. O dirigente encaminhou a posição dos trabalhadores à comissão do sindicato patronal nesta quinta-feira (25). Ele conta que, anteontem mesmo, frente à repercussão da participação dos trabalhadores na assembleia, um dos representantes da comissão patronal falou que enviará pauta com menos exigências.
A reação dos gráficos em defesa dos seus direitos já começou a mostrar resultado positivo, fazendo com que o patronal encaminhasse uma nova proposta anteontem mesmo, mas ainda continua exigindo menos deveres, como deixar de pagar pela hora-extra. “Não assinarei nenhum acordo, muito menos com banco de horas. E se a categoria não reagir, eu renuncio ao cargo de presidente. Estou aqui há 25 anos e não aceito acordo coletivo para escravizar o gráfico. Eu não vou me render”, reagiu Iraquitan. E a categoria gráfica endossou a posição do presidente e mostrou que também não vai perder direitos e dinheiro, como deixaram claro na assembleia desta quarta-feira (24).
O dirigente está satisfeito com a reação inicial dos trabalhadores, mas adianta que todos os gráficos dos três jornais precisam se somar a luta de corpo e alma. Ele lembra que não existe manutenção de posto de trabalho por bondade de empresários, mas isso só acontece pelo interesse da manutenção do lucro. A recente reformulação do Jornal do Commercio, por exemplo, é uma prova disto. Foram demitidos gráficos e jornalistas para atender as necessidades do ‘mercado’, independente da realização de qualquer movimento paredista, mas simplesmente com vistas a atender o desejo de mais lucro para a empresa. “No dia 1º de outubro, estaremos juntos novamente, contamos com todos os gráficos na assembleia com os jornalistas, no Sindgraf-PE”, convoca Iraquitan.