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Intersindical da comunicação ampliará unidade entre classes
Unidos e articulados, sem perder as particularidades de cada categoria, entendendo que, neste ano, as reivindicações conjuntas de gráficos, jornalistas e radialistas devem acontecer ainda mais interligadas e mobilizadas, objetivando uma maior correlação de força diante do poder econômico dos patrões. Estas são as primeiras diretrizes levantadas por estas categorias em Pernambuco. O consenso entre elas ganha cada vez mais corpo na referida discussão sindical, como pode ser visto na primeira reunião da Intersindical dos Trabalhadores no Setor da Comunicação (Intercom) deste ano – organização que integra gráficos, jornalistas e radialistas deste a década de 1990, quando foi realizada a maior greve unificada da história deste setor. A reunião ocorreu na final do mês passado. Foi articulada pelo Sindicato dos Radialistas, na sede da entidade, e contou com participação de sindicalistas das três categorias profissionais, além de técnicos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
“A pauta do encontro foi sobre a reativação da Intercom, aliás, foi sobre o início das atividades conjuntos para mostrar a unidade e a mobilização do grupo”, diz Iraquitan da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Pernambuco (Sindgraf-PE). O dirigente conta que a retomada das articulações visa preparar organizativamente os trabalhadores, por meio das entidades sindicais, para lutar por pautas unificadas dos gráficos, jornalistas e radialistas diante da transformação que o setor de comunicação vem passando com o avanço da tecnologia, que não melhora as condições de trabalho e salarial do empregado, mas somente os lucros empresariais.
Para a vice-presidente do Sindgraf-PE, Lidiane Araújo, o que se tem observado com o progresso tecnológico, é o achatamento salarial e a desvalorização dos empregos. “Isso precisa mudar, e só muda com a unidade e mobilização de todos”, diz a dirigente, ressaltando que as categorias precisam andar e pensar juntas, diante da postura antissindical desrespeitosa dos patrões.
“A mídia digital está tomando o lugar da mídia impressa, reconfigurando o mundo do trabalho no setor gráfico, bem como nos outros setores do trabalho em comunicação”, destaca Iraquitan. O dirigente acentua que é preciso que todos se adequem aos novos postos de trabalho que estão surgindo em função das transformações tecnológicas no setor, por isso, a Intercom deve se rearticular e ressurgir com um novo perfil de mobilizar os trabalhadores. Ele pontuou que a iniciativa é mais que possível, lembrando o que já aconteceu há 24 anos, quando a Intercom unida e mobilizada fez uma expressiva greve, pararam gráficas, rádios e Tvs por 14 dias, em pleno período da Copa do Mundo de Futebol – “não existem coincidências”.
O presidente do Sindicato dos Radialistas do Estado, Inaldo Salustiano demonstrou preocupação também com o avanço tecnológico, no sentido de buscar formas de buscar a proteção dos trabalhadores. Neste viés, o dirigente revela que já está mais que na hora de unificar as forças em prol de categorias profissionais em torno da Intercom, para a valorização do trabalho e do trabalhador. “É preciso criar uma campanha única de todas essas categorias, fazendo o mesmo discurso para aproximar ainda mais as nossas bases para perto de nossos sindicatos, visando avançar na conscientização da importância da organização sindical e da Intercom.
Para Geraldo Bringel, secretário geral do Sindicado dos Jornalistas do Estado, a unidade das ações coletivas entre as categorias é urgente, mas antes, porém, é preciso saber o posicionamento de cada Sindicato, suas particularidades e sua interlocução com a base. Todavia, o dirigente disse que, é preciso valorizar as diferenças conjunturais de cada categoria, no entanto, é fundamental potencializar a relevância do consenso em prol da unificação das reivindicações e atividades entre as categorias. Ou seja, é preciso resgatar o lema de que será um por todos e todos por um em prol dos trabalhadores do segmento da comunicação em Pernambuco.
Recordar é preciso
Durante a primeira reunião da Intercom este ano, a consultora técnica do Dieese/PE, Jaqueline Natal relembrou dos encontros que ela participou da Intersindical de Comunicação na década de 1990. Ela frisou que não tem dúvida do poder da unificação das categorias. No encontro, Jaqueline fez uma abordagem da economia do Brasil. Apresentou muitos números, porém, revelou disparidades com o cenário que se dizia que ia acontecer. A consultora ressaltou o que muitos diziam que, não se teria copa, porém, o que se observa é o sucesso do evento internacional, com milhares de turistas espalhados pelo país e consumindo tudo. Até mesmo os estoques de televisão acabaram na maioria das lojas. Ela não enxerga uma crise exagerada no setor de impressão, haja vista a cultura brasileira no uso do papel, até mesmo para conferir em um pedaço de papel em quem vai votar.
Fuente: Sindgraf