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Cresce número de mulheres vigilantes, mas ainda há preconceito
O número de mulheres no seguimento de segurança privada tem aumentado em Petrópolis, mas esse crescimento segue a passos lentos e elas ainda precisam enfrentar o preconceito da maioria dos contratantes. De acordo com o Sindicato dos Vigilantes na cidade, aqui são entre 300 e 400 profissionais, destes apenas cerca de 15 são mulheres. Elas trabalham em agências bancárias e fábricas. Entre as características femininas que chamam atenção para este tipo de serviço estão a gentileza, cortesia, atenção e proximidade com os clientes.
A carreira exige controle emocional, preparo físico e mental para enfrentar qualquer situação. Nilson de Araújo, um dos diretores do sindicato da categoria em Petrópolis, explica que qualquer pessoa para ingressar na profissão precisa passar por cursos e testes. E ele garante que as mulheres não ficam atrás dos homens em relação às habilidades para a função. - Nós acreditamos que as mulheres têm um desempenho bom na profissão, igual aos homens. Todos passam por treinamento. Mas às vezes os patrões não querem contratar. Ou contratam, por exemplo, 10 homens e uma mulher apenas, mas tem casos que eles já avisam logo que só aceitam homens – explicou ele.
Mônica Amorim é vigilante há cerca de sete anos em uma agência bancária da cidade e diz que sofreu um pouco de preconceito no início, mas hoje em dia as pessoas já a respeitam na profissão, inclusive os colegas de trabalho. - No início eu senti um pouco de descaso, por ser mulher eles achavam que eu era mais frágil, mas com o tempo eu tive a oportunidade de mostrar que era capaz de permanecer no posto. Hoje é só elogio, as pessoas já me conhecem e até quem não conhece agradece. A nossa abordagem é diferente, mais delicada, tem dado certo. Tenho que me impor para ser respeitada, mas posso usar toda minha feminilidade. Dá para conciliar as duas coisas – disse ela, lembrando que no início de sua carreira via poucas mulheres na profissão, mas que aos poucos o número tem aumentado.
Ricardo Napoli, diretor administrativo operacional de um grupo de empresas de segurança, também acredita que as mulheres são mais gentis e amáveis e prestam serviço com mais cordialidade. Além disso, o poder de observação aguçado é um de seus diferenciais.- O poder de observação aguçado e a gentileza no atendimento são grandes diferenciais das Vigilantes - disse.
Mulheres em profissões “masculinas” Cada vez mais as mulheres vêm conquistando espaço em profissões predominantemente masculinas.
Em Petrópolis, há – poucas, mas há – mulheres motoristas de ônibus e taxistas. Elas também marcam seu lugar em postos de combustíveis e na área da construção civil. Mas isso não foi sempre assim. Segundo especialistas, por séculos o papel social da mulher esteve restrito ao de esposa e mãe. E por isso a estranheza das pessoas ao ver uma mulher desempenhando determinadas profissões. Com o tempo, o preconceito vem diminuindo e as mulheres estão conseguindo se lançar no mercado de trabalho para tarefas que antes eram desenvolvidas exclusivamente por homens.
Na área de engenharia, por exemplo, a dominação era de homens, mas atualmente os cursos universitários formam a cada dia mais mulheres engenheiras. Uma pesquisa feita pela Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico avaliou as carreiras preferidas entre adolescentes de 15 anos e revelou que 4,2% das meninas e 16,6% dos meninos se imaginam trabalhando com ciências exatas quando tiverem 30 anos.
Fonte: CNTV/ Diário de Petrópolis