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Banqueiros brasileiros nao negociam e bancarios entram em greve
Como a Fenaban ignorou o prazo oferecido pelo Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, para apresentar uma proposta decente às reivindicações da categoria até as assembleias desta segunda-feira 17, os bancários de todo o país entram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira 18 por 5% de aumento real, valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades.
A paralisação foi aprovada nas assembleias realizadas na última quarta-feira 12 pelos mais de 130 sindicatos representados pelo Comando Nacional.
"Foram os banqueiros que empurraram a categoria para a greve. Apesar dos lucros recordes, mesmo maquiando os balanços com o superdimensionamento das provisões para devedores duvidosos, e de premiarem os altos executivos com aumentos reais de 9,7% sobre sua remuneração já milionária, que dará a muitos um ganho anual de R$ 8,4 milhões, os bancos se recusam a atender as reivindicações. Os bancários responderão a essa intransigência com uma greve forte como nos anos anteriores", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
"Além de baixar a PLR dos bancários, com a maquiagem dos balanços os bancos reduzem contabilmente o lucro para justificar as tarifas escorchantes e as altas taxas de juros, as maiores do mundo, mesmo com a queda da Selic - além do fechamento de quase dez mil postos de trabalho no último ano", critica o presidente da Contraf-CUT.
A Fenaban apresentou no dia 28 de agosto a proposta de 6% de reajuste, contendo apenas 0,58% acima da inflação, mesmo sabendo que a grande maioria dos outros setores da economia, menos lucrativos que o financeiro, fizeram acordos com aumentos reais bem acima desse índice. O Comando Nacional considerou a proposta insuficiente e esperava uma nova oferta na rodada de negociação realizada dia 4 de setembro, mas os bancos mantiveram-se intransigentes.
Apesar da carta enviada pela Contraf-CUT à Fenaban no dia 5 de setembro, para informar o calendário de mobilização e reafirmar que os trabalhadores apostavam em uma solução positiva na mesa de negociação, até agora os bancos nada responderam nem marcaram nova rodada de negociação.
As principais reivindicações dos bancários
œ Reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%).
œ Piso salarial de R$ 2.416,38.
œ PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.
œ Plano de Cargos e Salários para todos os bancários.
œ Elevação para R$ 622 os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição.
œ Mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade.
œ Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral.
œ Mais segurança.