Em defesa da democracia no Brasil e na Região: Declaração do Conselho Regional de Sindicatos Globais e a CSA
O Conselho Regional de Sindicatos Globais e a CSA manifestam sua profunda preocupação pelos recentes acontecimentos que ameaçam a democracia no Brasil. A vontade popular expressada nas urnas, que escolheu à presidenta Dilma Rousseff, com 54,5 milhões de votos, é soberana e deve ser respeitada por todos os poderes da nação e pelos grupos da oposição derrotada nas eleições do 2014.
Tanto no Brasil quanto em outros países da região a democracia está em xeque, questionada pelos interesses do mercado financeiro internacional e das empresas multinacionais. No caso da América Latina e Caribe, governos eleitos democraticamente são submetidos constantemente ao assédio, às vezes violento, por parte das elites e minorias poderosas que controlam a economia e que têm optado por provocar rupturas, utilizando incluso mecanismos legislativos e judiciais para depor a estes governos. Os médios de comunicação, concentrados em forma oligopólica no marco nacional e internacional, agem como os maiores instigadores destas agendas antidemocráticas e reacionárias contra os interesses das maiorias.
Una "sociedade civil" construída a imagem e semelhança dos interesses minoritários, racistas e reacionários, ocupa as ruas e os espaços públicos para predicar um discurso de ódio contra das conquistas populares.
Os golpes de Estado têm ficado e ficarão sempre vinculados aos interesses de quem querem impor agendas políticas e econômicas reacionárias e antipopulares, valendo-se para isso de todos os médios, desde a perseguição e assassinato de dirigentes políticos e sindicais até a destruição de suas organizações representativas. Não existe nada que justifique que grupos ultrarreacionários derrotados nas urnas queiram fazer no Brasil e no resto da América Latina o que temos visto com pesar em países como Honduras e Paraguai nos últimos anos.
Nossas organizações estão firmemente comprometidas na luta pela defesa destas democracias que conseguimos a força de enormes sacrifícios. A democracia e a liberdade de manifestação, assim como a ampliação de direitos trabalhistas e a distribuição da renda, são pilares básicos para a construção de um Brasil e de um continente mais justo.
Continuaremos lutando pela ampliação de direitos e por maior inclusão, essa inclusão que hoje é atacada e questionada pelos profetas do ódio.
São Paulo, 13 de outubro de 2015
CSA, Víctor Báez, Secretario General
ICM-BWI, Nilton Freitas, Representante Regional
Industriall, Jorge Almeida, Secretario Regional ALC
ISP, Jocelio Drummond, Secretario Regional
UNI Américas, Adriana Rosenzvaig, Secretaria Regional