Que não nos roubem as conquistas que temos conseguido
Com esta declaração da Secretária Regional da UNI Américas, Adriana Rosenzvaig, começou a 18ª Reunião do Comitê Executivo da UNI Américas, o passado 7 de abril em Montevidéu, Uruguai. A Secretária Regional, junto ao Presidente da UNI Américas, Rubén Cortina, se referiu ao panorama político que vem abalando a América Latina e o efeito que isso tem nas trabalhadoras e trabalhadores.
Apesar da fragilidade que estão sofrendo as democracias pelas políticas antipopulares, a UNI Américas continua com avanços significativos. A luta contra a fragmentação no Chile, a organização de trabalhadores e o crescimento sindical na Colômbia, a criação de federações de comércio e segurança no Peru, são alguns dos sucessos de uma organização que nunca foi tão forte como hoje. A Secretária Regional fez especial ênfase em continuar trabalhando.
“É muito importante poder unir vontade de luta com o poder estratégico. Nós temos consolidado na região conseguindo setores fortes e embora estejamos em um período politicamente frágil temos que continuar trabalhando com muita energia e liderança”, manifestou.
Philip Jennings, Secretário Geral UNI Sindicato Global, destacou que os direitos conseguidos nestes últimos 10 anos se conseguiram pelas políticas progressistas dos governos populares e não por acaso.
“As decisões políticas tinham um traço progressista que incluía avançar em políticas sociais e isto não foi por acaso. Hoje, olhamos para frente e observamos um novo ciclo com várias ameaças, como a criminalização do protesto por organizar trabalhadores ou pessoas expulsas dos países por fazer trabalho social e sindical”, isto último em referência à expulsão do coordenador da UNI Américas, Orhan Akman, do Peru.
O Comitê Executivo aprovou uma declaração de apoio e solidariedade com o companheiro e recusou a resolução sem fundamento probatório do governo peruano de expulsar e proibi-lhe o reingresso ao país.
“Neste tempo de mudanças, a UNI Américas tem um papel fundamental em proteger as democracias e os direitos humanos. Somos uma organização com confiança e segurança que sempre dá um passo para adiante, não importa o contexto”, concluiu o Secretário Geral.
Roberto von der Osten, Presidente da CONTRAF, se referiu à situação política no Brasil. “Temos tido o período de democracia mais longo até o dia de hoje. Mas agora, a mídia, as elites e os latifundiários têm três objetivos: desestabilizar o governo e derrubar a Dilma Rousseff, neutralizar a Lula, e neutralizar o movimento social e sindical. Não vai ter golpe! ”, manifestou.
Depois de uma grande ovação em solidariedade com os companheiros brasileiros, o Comitê Executivo aprovou a moção em apoio à democracia e em recusa ao golpe institucional no Brasil.
A situação política na Argentina também foi um dos temas relevantes durante a reunião. O Comitê Executivo aprovou uma resolução expressando sua preocupação pela situação política na Argentina, solidarizando-se com o movimento sindical e exigindo aos organismos nacionais e internacionais competentes que se anulem as medidas tomadas em prejuízo dos direitos do trabalho.
Respeito à próxima Conferência Regional que se realizará em Medellín, Colômbia, a UNI Américas manifestou que acompanhará os processos de paz e abraçará a causa deste povo com tantos afetados, mas que jamais se tem dado por vencido.