Prosegur no Brasil, onde o Espírito não é Santo
Sindicato brasileiro que representa os trabalhadores em transporte de valores no Estado do Espírito Santo, SINDFORTES, é testemunha de práticas contrárias ao diálogo exercidas pela Prosegur.
Problemas enfrentados pelo SINDFORTES, infelizmente, não são uma exclusividade local e repetem o que já foi presenciado e denunciado no Paraguai e na Colômbia. O Brasil tem a vergonha de entrar na lista de países onde denúncias de trabalhadores contra a Prosegur pipocam.
Em 2013, uma greve de 66 dias ocorrida entre os dias 29 de abril e 3 de julho que contou com a adesão maciça dos cerca de 200 trabalhadores da Prosegur no Espírito Santo não acabou em uma solução negociada. A empresa teve a chance de demonstrar sua sensibilidade quanto a queixa de seus trabalhadores organizados, mas levou a greve para julgamento da justiça. O julgamento considerou a mobilização vitoriosa em primeira instância, no entanto, atualmente, a empresa questiona não apenas a decisão dos trabalhadores, mas também a do julgamento realizado em julho de 2013. O número de apoiadores do sindicato segue aumentado. A UNI Sindicato Global esteve no Espirito Santo no início de outubro para testemunhar o que está acontecendo e, decididamente, entra no time do SINDFORTES.
Para a UNI, esta greve está muito além dos 12% de aumento salarial em questão. É uma greve moral e o depoimento dos trabalhadores demonstra isto. Mostra que a opressão do capital sobre um trabalhador isolado pode ser vencida pela organização e sede de justiça. Demandas que acarretam em greves e julgamentos na justiça são as testemunhas mais claras da falta de competência empresarial em conversar, algo tão primário aos seres humanos quanto saber andar ou se alimentar. Consome a energia de trabalhadores e de uma justiça ocupada com milhares de processos que entram na fila de espera.
Anunciar a contratação de trabalhadores durante o período de greve é apenas uma das diversas provas da falta de boa vontade em negociar desta multinacional. Realizar este tipo de atitudes na Espanha, berço da empresa, seria uma vergonha, não é mesmo? No Brasil, assim como em outro qualquer país latino-americano também o é. A contratação de qualquer empresa que realize práticas anti-sindicais é uma vergonha em qualquer lugar do planeta. A UNI não esquece disto e não deixará que ninguém esqueça.