Pesquisa "As Mulheres no Trabalho"
Foi o uma das coisas que constatou a pesquisa "As mulheres e o mundo do trabalho nas telecomunicações", desenvolvida no período de março/2011 a julho/2012, pelo SINTTEL-Rio, em parceria com o Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro (AMORJ/IFCS-UFRJ) e a Escola de Serviço Social da UFF. Realizada ano passado pelo Departamento de Formação do Sindicato com cerca de 1500 trabalhadoras de todos os segmentos - call center, operadoras e rede.
A necessidade de equilibrar o trabalho e a vida doméstica tem grande impacto na vida das trabalhadoras que responderam ao questionário. Quando perguntadas sobre a frequência com que, depois da jornada de trabalho, chegam em casa cansadas demais para realizar os afazeres domésticos, a maioria das trabalhadoras disse que isso é comum. Já na situação inversa - chegar ao trabalho cansadas demais, como resultado das atividades domésticas - a maioria disse que raramente têm dificuldades para se concentrar no trabalho.
De acordo com os resultados coletados, os pesquisadores concluíram que a vida profissional dessas trabalhadoras, independentemente do setor ou da idade, tem uma importância destacada em suas vidas. Nas entrevistas com as trabalhadoras aposentadas, também foi constatada uma profunda ligação e responsabilidade para com sua atividade profissional. A maior parte das trabalhadoras concorda totalmente que ter um emprego é fundamental para a independência feminina. E também são maioria as que discordam totalmente da opinião de que cabe aos homens trabalhar e garantir o sustento da família enquanto as mulheres cuidam exclusivamente da casa e dos filhos.
Quase 90% das respondentes concordam totalmente ou em parte que "os homens deveriam assumir mais o trabalho doméstico". E mais de 90% delas concordam que "os homens deveriam cuidar mais das crianças do que cuidam atualmente". Se compararmos esses dados com os que indicam que há uma relevante participação masculina em tarefas domésticas, é possível concluir que a divisão de tarefas do lar e familiares ainda é profundamente desigual entre homens e mulheres.
Para as trabalhadoras do teleatendimento o trabalho atual não é satisfatório nem insatisfatório (38,8%), seguido de satisfatório (34,9%). Na rede externa a maioria delas (52,3%) considerou o trabalho satisfatório, assim como 53,3% nas operadoras. A vida familiar foi considerada satisfatória ou muito satisfatória por mais de 80% das trabalhadoras nos três grupos.
No teleatendimento e na rede, o item mais citado para ajudar a mudar ou melhorar a relação entre vida e trabalho foi ter mais tempo para formação profissional e estudo. Nas operadoras, onde os salários são mais elevados, a rotatividade é menor e as trabalhadoras mais velhas, o que mais pesa é a falta de tempo para ficar em casa para cuidar dos filhos.
Fonte: Sinttel, Río.
http://www.sinttelrio.org.br