Peru expulsou assessor de UNI do país
O governo peruano expulsou do país e proibiu o retorno do sindicalista alemão e responsável de UNI Américas nesse país, Orhan Akman, num fato que viola os direitos individuais e coletivos.
Akman, quem tem apoiado a sindicalização e a negociação coletiva junto às afiliadas de UNI Américas no Peru, tem sido acusado pelo Ministério do Interior de “alterar a ordem pública, a tranquilidade e a paz social” por ter participado de uma manifestação pacífica junto aos trabalhadores de Cencosud em junho e outubro de 2015.
A Gerência de Serviços Migratórios baseia seu argumento em que estes fatos “se corroboram com as denúncias certificadas da Delegacia PNP de San Antonio Miraflores”. Porém, nessa delegacia não existem as supostas provas que demostrem que Akman tenha incorrido na alteração da ordem pública, como foi acusado.
Por isso tudo, entendemos que esta resolução sem provas nem prévia notificação de imputação viola o direito à defensa e afeta o direito humano e constitucional para a presunção de inocência.
Além disso, manifestamos nossa preocupação pela integridade física de Orhan Akman quem foi seguido e fotografado, e quem também tem sido ameaçado por um Chefe de Segurança que presta serviços para Cencosud. De modo igual, outro membro da equipe de UNI Américas que assessora o sindicato desta mesma empresa no Peru foi abordado e interrogado por mais de uma hora pela polícia quando saía do país, por ter provocado um “código vermelho” para a segurança aeroportuária.
Esta situação que estamos vivendo evidencia como as empresas podem exercer pressão sobre os governos e limitar o livre exercício da manifestação, solidariedade internacional, sindicalização, e perseguir a quem defendem os direitos humanos e sindicais dos trabalhadores e trabalhadoras.
Adriana Rosenzvaig, Secretária Regional UNI Américas, destacou o trabalho que vem realizando UNI Américas no Peru. “O trabalho de UNI Américas no Peru não altera de modo algum a paz social; pelo contrário, contribui para a construção de democracias mais integradas, nas quais os trabalhadores e trabalhadoras possam gozar de plenos direitos”. “Temos entrado em comunicação com o Presidente do Peru, Ollanta Humala, e com outros organismos para denunciar esta situação que afeta um membro da nossa equipe de funcionários, que ao mesmo tempo é afiliado do maior sindicato alemão, Ver.di”
UNI Sindicato Global, junto à CGTP e outras organizações nacionais e internacionais, empreenderão todas as ações necessárias para evitar este precedente tão negativo para as organizações sindicais internacionais e organismos que defendem os direitos humanos.