Contraf-CUT e CWA lançam revista bilíngue aos bancários do BB nos EUA
O Sindicato dos Trabalhadores em Comunicações da América (CWA), que representa mais de 700 mil trabalhadores de vários segmentos de serviços dos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico, está distribuindo a nova edição bilíngue em inglês da Revista O Espelho/The Mirror aos funcionários do Banco do Brasil nos Estados Unidos.
A edição em português já está disponível aos sindicatos para ser entregue aos trabalhadores do BB em todas as unidades do Brasil. Também continua sendo distribuída aos bancários brasileiros do BB a última edição da Revista O Espelho com o balanço da Campanha Nacional 2013.
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A publicação bilíngue integra uma campanha internacional, que visa deflagrar o processo de sindicalização dos bancários norte-americanos, categoria que não possui sindicatos naquele país.
A revista possui quatro páginas e, a exemplo das primeiras publicações em fevereiro e setembro de 2013, foi editada pela Contraf-CUT em parceria com a UNI Sindicato Global, a CWA e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.
Primeira reunião com BB nos EUA
O principal destaque da publicação é a primeira reunião entre o Banco do Brasil e o movimento sindical internacional, que ocorreu no último dia 5 de dezembro, em Nova Iorque. O encontro foi solicitado pela UNI Américas e suas entidades sindicais filiadas, entre elas a Contraf-CUT e o Sindicato de São Paulo, para fortalecer o Acordo Marco Global renovado com o BB em 2013. Também participaram representantes da CWA.
"Esse encontro é um marco histórico, pois é a primeira vez que nos reunimos com a direção do banco nos Estados Unidos, fruto do Acordo Marco Global. Nós estamos apoiando a organização sindical junto aos trabalhadores americanos para criarmos os sindicatos de bancários nos EUA porque essa é a melhor forma de se aumentar os direitos coletivos e sociais", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas Finanças.
Para o secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários BB, William Mendes, "a melhor maneira de resolver os conflitos inerentes à relação capital/trabalho é por meio de negociação coletiva com sindicatos de trabalhadores. É a forma moderna de se contratar direitos trabalhistas e sociais. As empresas que afirmam ter responsabilidade social devem respeitar os princípios e direitos laborais nacionais e das convenções internacionais".
A presidenta do Sindicato de São Paulo, Juvandia Moreira, frisou o processo de negociação coletiva no Brasil com a Fenaban e os avanços conquistados com lutas e greves dos bancários brasileiros em décadas de mobilizações. Os representantes da CWA explicaram no encontro como são os modelos de organização sindical nos EUA e abordaram as dificuldades que estão enfrentando para ter acesso aos bancários do BB naquele país.
Mobilizações e conquistas no Brasil
A revista destaca também que, graças à ousadia da categoria, à força da mobilização e à unidade nacional, os bancários brasileiros realizaram em 2013 a maior greve em mais de 20 anos, arrancando aumento real de salário pelo décimo ano consecutivo, valorização ainda maior dos pisos, melhoria na PLR e importantes avanços econômicos e sociais.
Além da convenção coletiva, que vale para todos os bancários brasileiros de bancos públicos e privados, os funcionários do BB realizaram uma de suas campanhas mais engajadas dos últimos anos em 2013, conquistaram ainda outros avanços no acordo aditivo sobre as questões específicas do banco, principalmente em relação à carreira, aos direitos sociais e à proteção contra o assédio moral. E o banco vai contratar mais 3 mil bancários até agosto de 2014, bem como efetivará centenas de caixas executivos, dentre outros itens.
O direito de se organizar nos EUA
Outro destaque da revista é a luta pela organização sindical dos bancários nos EUA. O Comitê por Melhores Bancos (Committee for Better Banks), um grupo de entidades civis que defendem trabalhadores, clientes e usuários de bancos nos Estados Unidos, divulgou um relatório em dezembro de 2013, revelando os baixos salários e as péssimas condições de trabalho dos bancários que atuam na linha de frente dos bancos.
O diagnóstico mostra que 39% dos caixas recebiam salários tão baixos que tinham que procurar ajuda do governo, por meio de programas sociais. O documento ganhou ampla cobertura na imprensa americana.
A CWA está trabalhando em aliança com os sindicatos brasileiros para ajudar os bancários americanos na construção de sua própria organização. O sindicato é o instrumento mais importante que os trabalhadores têm para defender os seus direitos.