Colômbia e Peru: Homenagem a Fidel e Luís, lutadores incansáveis pelos direitos humanos e sindicais
Durante os dias 4 e 6 de março de 2015, a UNI Américas realizou dois atos de homenagem na Colômbia e Peru para reafirmar o compromisso com a luta por direitos humanos e sindicais.
No ano 2010 UNI Sindicato Global instituiu o Prêmio Livres de Temor, como reconhecimento para aqueles companheiros e companheiras que enfrentam políticas repressivas de empresas e/ou governos por defender direitos humanos e sindicais. Sabemos que a nossa região está cheia de heróis e heroínas que cotidianamente desafiam estas políticas, pondo em risco sua tranquilidade e a de suas famílias.
Os dirigentes sindicais da Prosegur na Colômbia e no Peru são um verdadeiro exemplo: têm enfrentado todo tipo de adversidades, e ainda assim têm continuado ao frente dos seus sindicatos, animando aos trabalhadores para que não cessem na sua luta cotidiana por dignidade e melhores condições de trabalho.
Por isso, a UNI lhes tem concedido o Prêmio Livres de Temor durante os anos 2013 e 2014, respectivamente. E a UNI Américas quis reunir a todos os companheiros/as filiados no Peru e na Colômbia, junto com as centrais sindicais, a OIT e outras organizações sindicais e sociais, para reafirmar o compromisso coletivo com esta luta.
A situação dos dirigentes sindicais da Prosegur no Peru e na Colômbia não foi nem é fácil. Desde estas páginas temos denunciado também as tácticas permanentes das gerências locais para reduzir aos sindicatos a sua mínima expressão e “persuadir” aos trabalhadores para abandonar suas organizações. Tácticas que em muitos casos revelam um preocupante desrespeito pela lei nos lugares onde operam. Como exemplo, durante as últimas semanas, a Prosegur tem perdido batalhas judiciais estabelecidas em contra dos sindicatos, tanto na Colômbia quanto no Peru.
“Temos sindicato e lhe fazemos frente à injustiça sem medo nem temores, ainda que tentem nos comprar, nos subornar ou nos intimidar”, disse um dos companheiros do Sindicato da Prosegur do Peru. “Esta é a luta de todos e todas, é a luta pela dignidade, pelo nosso direito a uma convenção coletiva, pelo direito a que os trabalhadores possam se filiar a suas organizações sindicais sem temor à intimidação e a chantagem”, disse um dirigente colombiano. Tanto Fidel quanto Luís, destacaram a necessidade de que a Prosegur assinasse um Acordo Marco Global, algo que tem sido apoiado por dirigentes desta mesma multinacional no Brasil, no Uruguai, no Chile e no Paraguai, como forma de que as gerências locais se ajustem a uma linha ética respeito a suas relações com os sindicatos e respeitem a liberdade de sindicalização e negociação coletiva.
José Boaventura, Presidente da CNTV-Brasil e Vice-presidente da UNI Américas Serviços à Propriedade, esteve em ambas as homenagens, chamando a atenção sobre os desafios que tem o setor que ele conduz, centrados fundamentalmente na dignidade dos trabalhadores da vigilância, dignidade pela que se está lutando tanto na Colômbia quanto no Peru. “O de vocês é um exemplo formidável de fortaleza e determinação, que está percorrendo a região e o mundo”, disse Boaventura. A OIT, representada na Colômbia por Beethoven Herrera e no Peru por Eduardo Rodríguez e Carmen Benítez, ressaltou a valentia e o compromisso dos companheiros, destacando o papel da UNI na promoção efetiva da liberdade sindical e na luta global pelos direitos humanos.
Marvin Largaespada, Diretor da UNI Américas Serviços à Propriedade, destacou que aliás das situações que os companheiros enfrentam, sempre tiveram a disposição de contribuir com o trabalho das redes e o fortalecimento do setor.
“A mensagem que nos chega do Peru e da Colômbia é clara: a solidariedade, a determinação e a luta nos permitem seguir adiante, apesar das difíceis circunstâncias que se enfrentam”, disse Adriana Rosenzvaig, Secretária Regional da UNI Américas. “Hoje não estão aqui os 327 trabalhadores demitidos pela Prosegur no Paraguai durante uma greve legítima, na que exigiam melhores condições de trabalho e de segurança. A OIT tem falado claro com respeito a estas demissões, ilegais e antisindicais. Pelos trabalhadores do Paraguai, da Colômbia, do Peru, por todos os trabalhadores da região, a UNI também quer falar claro: queremos um diálogo real, baseado em soluções reais. Só um Acordo Global poderá nos conduzir ao mesmo”, sublinhou a Secretária Regional.