Brasil: Protesto contra demissões do Santander repercute no Valor Econômico
ato nacional contra as demissões do Santander, realizado nesta terça-feira (27) em frente ao prédio da Torre, onde fica a sede do banco no Brasil, em São Paulo, repercutiu na edição desta quarta (28) do jornal Valor Econômico.
A reportagem publicada no caderno de Finanças destaca a mobilização dos bancários e o corte de empregos, bem como a intenção do presidente do banco, Jesús Zabalza, de continuar reduzindo custos e praticando rotatividade sem repor integralmente as vagas.
O texto revela também o ajuste de outros bancos privados e do BB, que igualmente vêm eliminando postos de trabalho. Atualmente, porém, o campeão do corte de empregos é o Santander. "O banco não apresenta nenhuma justificativa e não negocia conosco. Nas agências, os funcionários estão sobrecarregados", disse na reportagem o diretor da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
"Essa notícia mostra que precisamos intensificar a luta contra as demissões para forçar o banco a parar as dispensas, contratar mais bancários e melhorar as condições de trabalho", salienta o dirigente sindical.
Leia a íntegra da matéria do Valor Econômico:
Sindicato protesta contra demissão no Santander
Fabiana Lopes
São Paulo
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT) organizou ontem uma manifestação em frente à sede do Santander Brasil, em São Paulo, contra demissões feitas pelo banco nos últimos meses. Os sindicalistas alegam ter reunido 500 pessoas.
Dados do balanço do Santander Brasil mostram que o banco fechou 4.833 vagas nos últimos 12 meses, sendo 970 delas de janeiro a março deste ano.
De acordo com diretor do Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, o corte de vagas tem prejudicado o serviço prestado pela instituição. "O banco não apresenta nenhuma justificativa e não negocia conosco. Nas agências, os funcionários estão sobrecarregados", disse. Os manifestantes foram recebidos pela diretora de recursos humanos do Santander, Vanessa Lobato, segundo o diretor do sindicato, para quem fizeram suas demandas.
Procurado pela reportagem, o Santander não explicou o motivo do corte no quadro de funcionários. Por meio de uma nota, o banco disse que "respeita a manifestação do Sindicato dos Bancários e que possui fóruns permanentes para a discussão de temas de interesse dos colaboradores". A instituição também afirmou que "a qualidade de sua estrutura comercial é fundamental para atender os clientes e que trabalha para o aperfeiçoamento e capacitação de suas equipes".
Na semana passada, durante entrevista ao Valor, Jesús Maria Zabalza Lotina, presidente do Santander Brasil, disse que o banco não vem tomando a iniciativa de demitir funcionários, mas que tem aproveitando a rotatividade natural dos funcionários para não repor integralmente as vagas.
Segundo Zabalza, essa medida faz parte do esforço do banco de reduzir os custos. "Falamos que vamos ter custos baixos por um ou dois anos e vamos ter." No primeiro trimestre deste ano, as despesas de pessoal do Santander somaram R$ 1,76 bilhão, valor 0,4% maior na comparação com os três primeiros meses de 2013. A variação ficou inferior ao dissídio dos bancários firmado em outubro do ano passado, de 8%.
Apesar de o Santander ser o banco com maior redução de vagas nos últimos 12 meses, o fechamento de vagas também aconteceu nos dois maiores bancos privados do país. Bradesco e Itaú Unibanco mostraram redução de 3.248 e 1.460 postos de trabalho, respectivamente.
Entre os bancos públicos, o Banco do Brasil cortou 796 vagas nos últimos 12 meses, enquanto a Caixa Econômica Federal aumentou o número de trabalhadores em 4.893 no período. Com exceção da Caixa, os gastos com salários entre os maiores bancos do país tem crescido a um ritmo inferior ao reajuste salarial da categoria.
Desde 2012, os bancos privados têm reduzido seus quadros de funcionários. De março de 2012 a março de 2013, o Itaú liderava os cortes, com o fechamento de 6.339 postos, seguido pelo Bradesco, que acabou com 2.309 vagas, e, por fim, pelo Santander, que encerrou 1.569 posições.