Brasil - Gráficos da IGB/Embrasa se revoltam e decretam Estado de Greve A decisão foi tomada hoje contra o desejo dos patrões de baixar salário
Uma intensa revolta se instaurou hoje pela manhã entre os gráficos(as) da IGB/Embrasa ao saber da intenção do sindicato patronal (Sindusgraf) de reduzir o salário dos profissionais, conforme foi apresentado na última rodada de negociação. Querem reduzir o piso salarial de R$ 920 para R$ 880, prejudicando os trabalhadores em início de carreira. A informação foi repassada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Pernambuco (Sindgraf-PE) durante assembleia com os funcionários, que rejeitaram a descabida proposta patronal. Decidiram entrar em Estado de Greve e anteciparam que pararão as atividades da empresa se a proposta for mantida na próxima rodada negocial. Não apenas os empregados da IGB/Embrasa terão a redução salarial de acordo com a proposta, mas os de outras gráficas também. O Sindgraf promete ir em outras empresas, principalmente nas grandes, a exemplo da Flamar, MXM e Única/UniPauta, onde há muitos gráficos que terão a mesma carga-horária, mas passarão a receber menos.
“Os funcionários da IGB/Embrasa são os primeiros gráficos das empresas convencionais a se manifestarem efetivamente na empresa contra o abuso patronal, mas os gráficos de outras empresas vão aderir ao movimento logicamente, pois ninguém quer perder dinheiro”, prevê Iraquitan da Silva, presidente do Sindgraf-PE. O dirigente antecipa que o sentimento dos trabalhadores é de muita revolta, deixando claro que ou os empresários mudam, ou os gráficos começarão a parar, iniciando pela IGB/Embrasa, de acordo com a decisão de hoje dos funcionários. Os gráficos dessa empresa ficaram ainda mais insatisfeitos ao saber que dois diretores da referida gráfica participaram da última rodada de negociação, na sexta-feira (10), defendendo a redução do piso salarial.
O grau de revolta dos trabalhadores da IGB/Embrasa é enorme que os próprios gráficos do primeiro e terceiro turno da empresa, presentes no ato de hoje, às 5h30, informaram aos dirigentes do Sindgraf-PE que não precisariam voltar à tarde para realizar assembleia com os empregados do segundo turno, porque eles mesmos explicarão tudo. Os gráficos da IGB/Embrasa têm mostrado nos últimos anos uma postura esclarecida sobre a luta de classe em defesa dos direitos trabalhistas. Em 2011, fizeram uma histórica greve, consolidando o direito à cesta básica.
“Vamos paralisar novamente, como decidiu os gráficos, caso os patrões não retirem essa proposta indecente ou qualquer outra”, diz Iraquitan, alertando que partirá para outras empresas. O Sindusgraf não marcou outra rodada de negociação com o Sindgraf. O órgão de classe obreiro junto com os trabalhadores continua defendendo reajuste de 12% nos salários e a implantação de um plano de cargos, salários e função para os gráficos, a fim de evitar a debandada de profissionais diante da desvalorização da categoria em comparação a outros setores do Estado.