Piso salarial dos gráficos aumenta quase 9% e será de mil reais
União e mobilização dos trabalhadores, liderados pelo Sindgraf, garantem vitória da categoria contra as imposições dos patrões que exigiam retirada de direitos e limitado aumento salarial. Todos os benefícios atuais foram mantidos. O piso dos gráficos de máquina offset de quatro ou mais cores agora é de R$ 1.627,50. O reajuste das demais faixas salariais é de 8,5%.
A campanha salarial dos empregados das gráficas convencionais acabou nesta quinta-feira (23), frente à conquista elevada de percentuais salariais acima da inflação do último ano. O menor salário passará para mil reais. Nenhuma gráfica pode pagar menos que isso sob pena judicial. O novo salário tem validade para 1º de outubro – data-base da categoria. A diferença salarial pode ser paga até novembro. A remuneração das outras faixas salariais deve elevar 8,5%. O resultado foi aprovado pela categoria ontem à noite, que lotou o auditório do Sindgraf-PE – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas do Estado. Os gráficos foram preparados para decidir sobre novos rumos a tomar na campanha salarial diante da intransigência patronal, mas foram surpreendidos positivamente com a nova postura.
“Os gráficos estão de parabéns pelo poder de reação diante das tentativas patronal de excluir direitos, que queriam acabar a hora-extra remunerada e abaixar o piso salarial dos trabalhadores em início de carreira”, felicita Iraquitan da Silva, presidente do Sindgraf-PE. O comandante do órgão de classe havia dito no início da campanha salarial que renunciaria ao cargo, mas não aceitaria novas regras para escravizar o trabalhador. Os gráficos entenderam a revolta do sindicalista e também se comprometeram na luta em busca de melhores resultados. A prova da unidade dos trabalhadores é que a categoria conseguiu o mesmo percentual de reajuste salarial da forte categoria dos bancários (8,5%) que realizaram greve nacional.
O dirigente lembra ainda que não foi dessa vez que conseguiu implantar o plano de cargos, salários e funções (PGSF). Entretanto, ele garante que insistirá sobre o assunto junto ao sindicato patronal, mesmo com o fim da campanha salarial. O PGSF é indispensável para evitar a debandada de profissionais diante da desvalorização da categoria em comparação a outros setores do Estado. “Vamos continuar na luta. Viva os Gráficos”.
Gráficos dos jornais – Enquanto os gráficos das empresas tradicionais terminaram a campanha, os gráficos dos jornais continuam na luta porque os empresários não estão dispostos a conceder ganho real nos salários. “Chegou a hora dos trabalhadores darem a resposta que esses patrões merecem”, orienta Iraquitam. Os jornalistas também penam pelo mesmo problema. Por esta razão, os profissionais de ambas categorias realizarão assembleia conjunta hoje às 12h, no Sindgraf, para decidir novos rumos da campanha salarial. Uma paralisação domingo, no dia da eleição, está sendo cogitada entre os trabalhadores. “O tamanho da conquista será do tamanho da mobilização”, finaliza o dirigente.
Fonte:SINDGRAF